Terror
Gilberto estava em sua casa quando teve uma vontade enorme
de assistir um filme de terror, mas teria que ser um filme com todos os clichês
possíveis, com pessoas entrando em quartos escuros, correndo muito sem sair do
lugar e acabando na frente do assassino, gritos e é claro muito sangue. Ele
ficou com esse pensamento durante boa parte do seu dia, mas logo ele se
modificou, começou a pensar como seria se algo assim acontecesse na vida real,
qual seria a reação das pessoas a uma situação de total terror e medo, porém
assim como o primeiro pensamento esse também passou e Gilberto seguiu com seus
deveres diários.
Dois dias se
passaram, e uma notícia chamou a atenção de Gilberto, um casal havia sido
brutalmente assassinado e não houve nenhum vestígio do criminoso, aquilo
congelou a alma dele de tal maneira que resolveu verificar as notícias na
internet para saber mais.
Entre algumas pesquisas ele descobriu que a casa onde o
casal havia sido morto já foi o local de outro crime. No final dos anos 80’s
outro casal foi assassinado da mesma forma, tiveram as cabeças e as mãos
arrancadas, e seus corpos estavam cortados ao meio, a julgar pela crueldade dos
ferimentos as investigações concluíram que seria um ritual ou algo assim e não
investigaram mais. Depois de ler aquela noticia seu coração, que já estava
petrificado, ficou ainda mais gelado e o medo começou a tomar conta dele. De
alguma forma ele se sentia interligado com aquela história, e por ter esse
sentimento foi ver o local do crime pessoalmente.
Chegando lá percebeu que o local estava vazio, apenas com as fitas de
isolamento da policia em volta da casa, uma casa grande, em volta havia um
canteiro com flores mortas em um quintal que tinha arvores grandes e muitas
folhas no chão. Gilberto entrou e logo viu o rastro de sangue que ia da porta
até a sala. Assim que entrou ele sentiu o clima de horror e morte no ambiente,
conseguia sentir o desespero que houve naquela casa, conforme ia andando via os
rastros que toda a crueldade deixou. Mas havia algo estranho,
parecia que ele já conhecia o lugar, mas não como um déjà-vu, e sim como se ele
realmente já estivesse lá, como se todo aquele medo fizesse parte dele. Subiu
até o quarto do casal e viu mais uma vez sangue por toda a parte, e mais uma
vez aquela sensação de que já havia estado lá e tudo aquilo era muito familiar voltou, e depois de deixar o quarto começou a lembrar, do porque que se sentia parte
daquele cenário. E como uma correnteza as lembranças vieram todas de uma vez,
tudo que foi vivido ali estava de volta a mente como se tivesse acontecido no
mesmo dia.
Gilberto se lembrou que estacionou o carro em frente a casa
cinco dias atrás, que abriu o porta malas e tirou primeiro a mulher, ela se
debatia mesmo com as mãos e os pés amarrados, mas não deu trabalho para levar para
dentro da casa, mas o homem sim esse deu trabalho, além dele ser grande e forte
estava com muita raiva por tudo que estava acontecendo o que dificultou o transporte dele até a casa.
O resto não foi tão difícil, depois que colocou os dois no
quarto e começou a cortar a pele das costas dos dois, os gritos começaram a
encher a casa, e Gilberto gostava, a cada grito a cada pedido para ele parar,
ficava mais e mais animado.
Gilberto saiu por uma hora e deixou os dois sozinhos, quando
voltou estavam quase no meio da sala. Aquilo o deixou muito furioso, dessa
forma resolveu punir os dois pelo que haviam feito. Começou com o homem, com
uma tesoura de jardinagem ele corta lentamente os pés dele, as mãos foram por
puro capricho, pois ele já estava desmaiado, mas a mulher gritou muito enquanto
Gilberto cortava os membros do homem, e isso sim o deixou feliz.
A mulher foi a mais divertida pra ele, porque ela já estava
abalada por conta da morte de seu marido. Gilberto colocou a mulher ao lado do
homem e começou a cortar seu corpo lentamente, o sangue jorrava a satisfação
dele era evidente.
No final, parecia que nada daquilo tinha sido o suficiente,
nada daquilo havia suprido a sua necessidade, sendo assim
ele deixa a casa e o rastro de sangue e morte para trás.
E num lampejo, todas essas imagens encheram a cabeça de
Gilberto todas de uma vez como se essas imagens passassem aceleradas em uma tela,
ele suava e gritava tão alto que acabou acordando sua esposa que o sacudia e
gritava seu nome para que acordasse.
Sim era tudo um sonho, tudo uma peça
pregada pela sua mente, algo criado pelo subconsciente dele que colocou seus
desejos em imagens para que possa desistir ou até criar coragem para poder
fazer na vida real cada parte daquele sonho.
Escrevi essa história porque tive um sonho muito parecido com ela, e fiquei com vontade de escrever, dividir com vocês algo que veio até mim de uma forma tão inusitada e diferente de tudo que já escrevi. Mas não se preocupem eu nunca faria uma coisa parecida com essa nem em sonho...